quinta-feira, junho 08, 2006

1º Prelúdio

1h37m
Entre o sono e a vontade de escrever a fronteira é quase invisível. Insisto. Apetece-me.

Aquele olhar profundo de outrora surgiu do monte de esquissos esquecidos e abandonados ao acaso. O calor voltou. As árvores adormecem embaladas pelo silêncio agudo de fontes perdidas. Aqui não há árvores. Só fontes. Muitas.
Um azul como nunca tinha sido antes. Ou talvez já. Um tom à deriva na paleta ardente de ti. Quem sabe se passado despercebido na camuflagem de sombras nocturnas ou sons invulgares. Gritos. Gente. Muita gente.
Azul oceano. A maresia abraça-nos como se nunca mais lhe pertencessemos, faminta de nós, ofegante de ti. Como eu.
Aqui também não há mar.
Só o nosso azul. Meu e teu.