Um coraçao. Ou não.
Duas mãos.
Um olhar.
A noite lá fora está quente. Da janela a sequência de cúpulas parece hoje diferente... mais bonita. Talvez não. Só diferente. Sons difusos perdidos por ruelas que se intersectam sobem até à sala onde o piano anseia gritar. Os dedos olham-no com desejo de o percorrer. Por entre o preto e branco das teclas escondem-se sons por descobrir, amarrados num sem fim de cordas que teimam em não se soltar. Medo. Vontade. Culpa.
Não. Hoje não posso tocar.
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