After Eight
domingo, setembro 26, 2004
quarta-feira, setembro 22, 2004
Conspiração
"Quando alguém quer alguma coisa, todo o Universo conspira para que se realize esse seu desejo."in O Alquimista, Paulo Coelho
terça-feira, setembro 21, 2004
Viagem
Saiu de casa apressadamente. Mal tinha tido tempo para vestir o seu tailleur preferido, comprado na sua última ida a Paris, e acabar de encher o seu trolley. Olhou para o relógio, pegou na sua Louis Vuitton de estimação e esperou o elevador. Odiava atrasar-se. Mas desta vez não tinha tido culpa. O despertador não tocara. Lá fora uma chuva miudinha conseguiu pô-la ainda com pior humor, tornando a chegada do Outono triste e deprimente. Entrou no seu Smart e arrancou a toda a velocidade com rumo ao aeroporto. Uma paragem nos semáforos permitiu-lhe fazer dois telefonemas de última hora. Tinha de ter a certeza que não perdia o avião. As saudades não iam perdoá-la. O trânsito infernal àquela hora da manhã parecia estar contra ela. Finalmente avistou ao fundo uma placa: Aeroporto. Tinha pouco tempo para apanhar o avião, mas sabia que não podia perdê-lo. Virou para o seu destino e procurou o melhor local para estacionar. Saiu do carro, pegou na mala e correu para a porta que dizia “Partidas”. Inúmeros corredores e um sem fim de tapetes rolantes separavam-na do balcão do check-in. O rasto de Chanel Nº5 e o som compassado dos seus stilletos ultrapassavam uma multidão de gente que a admirava quando ela passava. Balcão 21. Abriu a carteira e retirou a passagem e o passaporte. Ouviu uma voz: “Senhores passageiros, última chamada com destino a Roma”. Estava capaz de explodir de raiva. Cada vez odiava mais coisas electrónicas: computadores, telemóveis…e desta vez estava em risco de perder o avião por causa de um simples despertador! Com a maior rapidez que pôde chegou à porta 17 onde a hospedeira lhe lançou um olhar reprovador. Tinha conseguido. Se tudo corresse bem, dentro de três horas iria abraçá-lo.segunda-feira, setembro 20, 2004
Porquê?
Por breves instantes pensei que ia voltar a sonhar...O destino pregou-me uma partida...
Faltavas tu...
quinta-feira, setembro 16, 2004
Pássaro Sem Rumo
Acordei com uma alegria imensa...O cheiro a setembro invadiu-me e fez-me sonhar. Lá fora o sol radiante convidou-me para um passeio sem destino. Voei sobre tudo e todos, percorri desertos e oceanos, falei em mil dialetos e disfarcei-me de tudo o que consegui...Tudo só para te encontrar. O verde esmeralda dos campos que sobrevoei dava-me a esperança necessária para não desistir. Um verde forte e brilhante que me fazia sonhar ainda com mais força. Não sei quando será o fim desta viagem...mas sei uma coisa...no fim estarás tu.Hoje vou voar muito alto...até ao meu regresso...
terça-feira, setembro 14, 2004
Procuro-me...
Sonho. Não sei quem sou neste momento.Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.
Fernando Pessoa, 6-1-1923
segunda-feira, setembro 13, 2004
Noite de Verão
Quando vi que eras tu, ali, à minha espera, o tempo parou. As palavras que trocámos foram mágicas. Falaste só para mim e eu ouvi-te como se não existisse mais nada para além de nós. Disseste “Vamos?” e comecei a sonhar. Passámos todos aqueles jardins verdejantes, deixando para trás palmeiras imponentes e arbustos solitários que partilhavam o nosso segredo. Guiaste-me até à praia. “Consegues descer?”. Senti a areia nos pés e o calor da tua mão sobre a minha. O rebentar das ondas nas pedras embalava-nos e o reflexo da lua no mar iluminou-nos. Vi como eras lindo.A pergunta fatal quebrou o sonho…
Porque é que os meus sonhos nunca têm um final feliz?
domingo, setembro 12, 2004
Fico Assim Sem Você
Avião sem asaFogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola
Piu piu sem frajola
Sou eu assim sem você
Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim?
Eu te quero a todo o instante
Nem mil altifalantes vão poder falar por mim
Amor sem beijinho
Bochecha sem claudinho
Sou eu assim sem você
Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu assim sem você
Tou louca p’ra te ver chegar
Tou louca p’ra te ter nas mãos
Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço que falta no meu coração
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas p’ra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo
Porquê?
Porquê?
Nênem sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu assim sem você
Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu assim sem você
Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim?
Eu te quero a todo o instante
Nem mil altifalantes vão poder falar por mim
Eu não existo longe de você
E a solidão é o meu pior castigo
Eu conto as horas p’ra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo