segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Podes vir se quiseres

"Não te quero ver. Amo-te muito. Não há nada que se possa fazer. Tudo é a mesma coisa que nada e nada me apetece senão estar assim contigo, sem te ver.

E no domingo à tarde podes vir se quiseres.

No domingo talvez. No domingo, hoje não, nem amanhã sequer. Está decidido. Não, não vou telefonar. Está decidido. Não te quero ver. No domingo talvez. Ao fim da tarde, pode ser. Não é para ser nada de romântico. Tu não és romântico, se há coisa que tu não és é romântico. Tu és um perverso, isso sim, talvez seja isso o que tu és. E os teus pecados, não há nada que eu goste mais em ti do que os teus pecados, meu querido, abraça-me, cala-me, faz-me desaparecer."


in "muito,meu amor", Pedro Paixão